Brasil na Copa do Mundo FIFA de 1970

Brasil
Campeão
Cores do Time
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Cores do Time
Uniforme
Associação CBD
Confederação Conmebol
Participação
Melhor resultado Campeão: 1958 e 1962
Treinador Brasil Mário Zagallo

Escalação da seleção brasileira na partida contra a Inglaterra.

A Seleção Brasileira de Futebol participou pela nona vez da Copa do Mundo FIFA. A então bicampeã mundial se classificara em primeiro lugar em seu grupo nas eliminatórias para a Copa do Mundo. A equipe brasileira desta copa contava com jogadores de grande prestígio nacional e internacional, como Pelé, Tostão, Rivellino, Gérson, Jairzinho, entre outros, sendo eleita pela revista World Soccer a melhor equipe de futebol de todos os tempos.[1]

O treinador foi Zagallo e o capitão Carlos Alberto Torres. Com a conquista, a seleção brasileira ficou com a posse definitiva da Taça Jules Rimet.

Eliminatórias

As dez seleções sul-americanas participantes das eliminatórias foram divididas em três grupos, A, B e C. O grupo B, no qual a seleção brasileira ficou, contava com quatro equipes, enquanto os demais contavam com três.

Tabela de classificação

Equipe Pts. J V E D GP GC SG
Brasil Brasil 12 6 6 0 0 23 2 21
Paraguai Paraguai 8 6 4 0 2 6 5 1
Colômbia Colômbia 3 6 1 1 4 7 12 -5
Venezuela Venezuela 1 6 0 1 5 1 18 -17
L\V Brasil Colômbia Paraguai Venezuela
Brasil 6:2 1:0 6:0
Colômbia 0:2 0:1 3:0
Paraguai 0:3 2:1 1:0
Venezuela 0:5 1:1 0:2

Campanhas nas Eliminatórias

O Brasil foi treinado por João Saldanha. Estreou ganhando de 2 a 0 da Colômbia no Estádio El Campín em Bogotá. Jairzinho para Tostão. 1 a 0. Pelé para Tostão. 2 a 0. [2] Brasil 5 a 0 na Venezuela em Caracas. Todos os gols ocorreram no segundo tempo. Jairzinho chutou prensado, Tostão pegou o rebote, driblou dois e marcou. 1 a 0. Pelé em jogada individual. 2 a 0. Chute de Gerson, o goleiro deu rebote e Tostão conferiu. 3 a 0. Carlos Alberto cruzou e Tostão desviou. 4 a 0. Pelé tabelou com Tostão. 5 a 0. [3] Por fim, o Brasil fechou o primeiro turno com outra goleada fora de casa, 3 a 0 no Paraguai. A seleção reclamou que os paraguaios tocaram fogos e buzinas no hotel na madrugada antes do jogo. Edu cruzou e Mendonza fez contra. 1 a 0. Pelé para Jairzinho. 2 a 0. Tostão lançou Edu. 3 a 0. [4]

No returno, o Brasil venceu a Colômbia 6 a 2. Pelé para Tostão. 1 a 0. Mesa roubou de Gerson e empatou. 1 a 1. Pelé cruzou, Segóvia dominou, mas deixou escapar e Tostão roubou o couro e chutou de canhota. 2 a 1. Jairzinho sofreu falta e Edu guardou. 3 a 1. Piazza lançou Pelé. 4 a 1. Paulo Cesar serviu Rivellino. 5 a 1. Tostão para Jairzinho. 6 a 1. Gallego de fora da área. 6 a 2. [5] Brasil 6 a 0 na Venezuela. Pelé para Tostão. 1 a 0. Pelé chutou, o goleiro espalmou e Tostão. 2 a 0. Gerson lançou Tostão, que driblou de forma sensacional Sanchez e marcou. 3 a 0. Edu chutou e Jairzinho pegou o rebote. 4 a 0. Penalti em Tostão, Pelé cobrou e fez. 5 a 0. Pelé tabelou com Tostão. 6 a 0. [6] No último jogo, 1 a 0 no Paraguai. Edu chutou, o goleiro desviou e Pelé entrou rasgando. [7]

O técnico João Saldanha perdeu o cargo depois das eliminatórias. Uma das versões dá conta de que foi a briga com o general Emílio Garrastazu Médici, que queria ver o jogador Dadá Maravilha na seleção, que custou o emprego de Saldanha. Armando Nogueira noticiou no Jornal do Brasil que o presidente Médici era fã de Dadá e queria vê-lo na seleção. Saldanha respondeu, via imprensa, ao presidente: "Nem eu escalo ministério e nem o presidente escala time". [8] Outra versão dá conta que o desafeto de Saldanha, o treinador do Flamengo Dorival Knipel foi o motivo da demissão. Dias depois de garantir vaga na Copa, a seleção brasileira foi derrotada por 2 a 1 pela seleção mineira treinada por Dorival Knipel, que mandou seu time dar uma volta olímpica no Mineirão. Knipel foi contratado pelo Flamengo. Saldanha invadiu a concentração do time rubro-negro com uma arma para tirar satisfação, Knipel não estava no local, mas o caso gerou uma repercussão negativa.[9] Logo depois, em jogo treino no sábado, o Brasil empatou com o Bangu dirigida por Flávio Costa. Saldanha foi demitido na terça-feira e Zagallo assumiu na quinta-feira. [10]

O relacionamento entre Pelé e o técnico João Saldanha foi bastante conturbado. Saldanha queria que Pelé jogasse mais adiantado, como centroavante. Em entrevista na época, Pelé afirmou que não poderia, após tanto tempo jogando de uma forma, mudar sua maneira de jogar "de uma hora para outra".[11] Pelé jogava atrás de um centroavante como meia-atacante. Foi Vavá, nos bicampeonatos de 1958 e 1962. O treinador falava que Pelé estava míope para jogar, na época, Pelé respondeu: "Eu achei que foi talvez até de maldade da parte dele, mas ele teria que se apegar a alguma coisa, teria que justificar". Em documentário da Netflix em 2021, Pelé recordou: "Particularmente, se você perguntar para mim: ‘Ele entendia muito de futebol?’ Eu vou dizer: ’Ele não entendia muito de futebol’. Nós, jogadores, tentávamos argumentar: ‘João, vamos ver se a gente faz assim ou assim…”. Ele reagia: ‘Mas o treinador sou eu’. Insistíamos: ‘Vamos conversar, vamos conversar, porque tinha muitas decisões que a gente via que não ia dar certo’."[12]

Ao assumir, Zagallo declarou que Pelé e Tostão eram incompatíveis: "Nesse esquema que armei não posso escalar dois pontas de lança com as mesmas características. Tenho que ter pelo menos um jogador brigão dentro da área adversária, para finalizar as jogadas trabalhadas pelos outros. Por isso, não posso escalar Tostão e Pelé no mesmo time". Com o resultado dos amistosos, Zagallo reviu sua estratégia e Tostão voltou a ser o Falso 9. Uma inovação foi a colocação do centromédio de Saldanha, Wilson Piazza, como zagueiro. Tostão: "Zagallo recuou o volante Piazza para ser zagueiro e melhorar o passe da defesa, já que o reserva Fontana só dava chutões.".[13] O ponta esquerda Edu perdeu a posição para o meia esquerda Roberto Rivellino. Segundo Edu: "“Saiu o Saldanha, eu soube da chegada do novo treinador. Eu não cito muito o nome dele. Nós estamos reunidos no salão, o Rivellino do meu lado e eu falei: ‘Riva, eu não jogo mais, estou sentindo que não vou jogar mais. Ele só jogava assim, vai querer alguém que jogava da mesma maneira”. Ali, eu já senti que não ia jogar, porque ele não queria um ponta ofensivo. Queria alguém que pudesse compor o meio de campo, e eu não era muito de fazer isso. Eu ia até o meio de campo e aproveitava os contra-ataques, foi assim nas eliminatórias. Então, eu sabia.". [14]

Assim, as mudanças de Zagallo na equipe foram na dupla de zagueiros, saíram Djalma Dias e Joel Camargo para entrar Brito e colocar o volante Wilson Piazza como o outro zagueiro, o lateral Everaldo no lugar de Marco Antônio Feliciano, colocou Clodoaldo no time titular na vaga de Piazza, e Roberto Rivellino na ponta esquerda no lugar de Edu.

Jogador mais jovem do elenco do Brasil, com apenas 19 anos, Marco Antônio Feliciano foi para o banco com Zagallo. Gérson e Carlos Alberto Torres disseram que Marco Antonio estava muito nervoso para ser titular da seleção brasileira. Segundo Marco Antônio Feliciano: "Um dia antes de eu ser sacado, estava eu e o Félix no quarto, ele fumava, eu também fumava, aí o Félix levantou, deve ser uma 19h da noite, eles tinha programado uma reunião, Félix, Brito, Carlos Alberto e Gérson, reunião com o Zagallo, eu falei, "eu também vou", e o Félix "não vai não", era o meu saque.".[15] Marco Antônio Feliciano negou que "tremeu": "O Everaldo não jogou porque era melhor do que eu. Na realidade, tínhamos um time muito ofensivo e uma defesa 'inventada' (o volante Piazza foi recuado para a zaga). Havia a necessidade de um lateral mais marcador. Eu atacava muito mais que o Everaldo, e ele marcava melhor do que eu. Por isso ele acabou como titular e eu como um reserva de luxo".[16] Segundo Gérson, Marco Antônio Feliciano se machucou e entrou o Everaldo e "deu certo". Gérson: "Isso tudo tem que ser discutido com todo mundo. Porque todo mundo ali é jogador. Quem tá dentro e quem tá fora. Todo mundo é jogador. Então você tem que discutir. Sua voz é forte, que vai ser analisada, que vai ser discutida. E se for a verdade, é essa a a verdade.".[17]

Reportagem da revista “Placar”, dizia que Pelé, Tostão, Gérson, Rivellino e Clodoaldo definiram que o tridente ofensivo teria Pelé pelo meio e Tostão pela ponta-esquerda, mas jamais fixos; o meio de campo teria Clodoaldo, Gérson e Rivellino. O volante Piazza se transformou em quarto zagueiro. Ele passaria a atuar ao lado de Brito. Joel Camargo, Roberto e Caju viraram reservas. Porém jamais os jogadores confirmaram o encontro. Clodoaldo negou que participou de um encontro para pensar no time.[18]

Zagallo afirmou que os mais de dois meses de trabalho dele com a Seleção tinham produzido uma drástica mudança tática na equipe: "Houve uma mudança total no esquema. O 4-2-4 está superado e ninguém joga assim no futebol moderno. Não pode ser jogada uma Copa do Mundo com o 4-2-4. (...) Tive que sacrificar o Edu na escalação da Seleção. Precisava de um meio-campista no time. Alguém que dê combate e diminua o espaço do adversário também. Não é característica do Edu. O Rivellino aprendeu a fazer isso".[19]

Artilharia

10 gols
6 gols
3 gols
2 gols
1 gol

Assistências

4 Assistências
3 Assistências
1 Assistência

Preparação

Quase 20 dias antes da estreia brasileira na Copa de 1970, Pelé deu uma entrevista aoCorreio da Manhã dizendo que a seleção daquele Mundial era superior ao esquadrão bicampeão. As únicas posições em que ele confessava ter dúvida eram as de defesas.[20]

Dois preparadores físicos da comissão técnica seriam treinadores do Brasil em futuras Copas do Mundo: Carlos Alberto Parreira e Cláudio Coutinho. Lamartine DaCosta, oficial da Marinha brasileira, desenhou o modelo de preparação que previa isolamento em cidades mais altas, menos bola e mais testes físicos. "Foram três semanas em Guanajuato. Foi um problemaço na época. Era pancada todo dia. Os jogadores não gostaram, a mídia também não. E ninguém sabia qual ia ser a reação do Zagallo, se ele ia concordar ou não. Mas Coutinho, Chirol e Parreira, que era mais novo, já era daquela comissão técnica, conseguiram convencê-lo. Não adiantava ter uma grande equipe se ia perder na preparação física."[21]

A apresentação dos jogadores em 1970 ocorreu em 12 de fevereiro de 1970, quase quatro meses antes da estreia contra a Tchecoslováquia em 3 de junho, em Guadalajara. Foram 92 dias de treinamento e 19 de folgas entre o Rio, Guadalajara e Guanajuato, a 350 km da sede principal do time no México e a mais de 2 mil metros de altitude. "A CBD contratou um dos maiores especialistas em esporte na altitude na época, um argentino. E ele disse que a única maneira de estar adaptado na Copa era ir pro local dos jogos de 20 a 30 dias antes. Foi o que fizemos, Guanajuato não tinha nada na época, hoje cresceu. Ficamos em uma estância. Não era nem um hotel, e deu certo".[22]

Foi João Saldanha quem visitou o México e escolheu a cidade de Guanajuato, que tinha altitude compatível com as partidas que o Brasil disputaria, o que serviria para condicionar melhor os atletas.[21]

Segundo Lamartine: "Os mexicanos têm experiência de 100 anos nisso, nessa preparação na altitude. É para Guanajuato que mandam tuberculosos, por exemplo. Ia ter menos bola e mais treino físico de longa distância. Parecia atletismo. Coutinho trouxe o método do Cooper, uma corrida de 12 minutos em que ele media tudo, o consumo de oxigênio, série de coisas. Deu certo. O time ganhava sempre no segundo tempo."[21] Carlos Alberto Parreira: "Nossa ideia ao avaliar cada jogador era propor atividades individualizadas. Cada jogador recebia uma carga de trabalho específica. Também tivemos bateria de testes, flexibilidade... O Cláudio Coutinho, que era do Exército, trouxe o "Teste de Cooper" para ser feito nos jogadores."[23] Os níveis de força e resistência de Brito o puseram como melhor preparo físico da Copa.[22]

Pelé tinha alguns problemas musculares. Isso o tirou de alguns treinos em Guanajuato e resultou em uma briga. Ao ouvir o zagueiro Fontana dizer que “o cara está bom pra jogar futevôlei e ruim pra treinar”, o camisa 10 quis brigar. Foi contido. O caso quase resultou no corte do defensor. Mas na reunião do grupo, Pelé disse que a rixa estava superada e que nada deveria atrapalhar o ambiente.[20]

Os trabalhos táticos foram quase todos realizados nos treinamentos pela manhã, seja na preparação ou já durante a Copa do Mundo. À tarde, o trabalho era físico e de recreação. O despertar ocorria entre 7h e 8h, os treinamentos normalmente começavam entre 10h e 11h e avançavam ao meio-dia para simular o horário de algumas das partidas daquele Mundial. Carlos Alberto Parreira: "Os jogadores compraram a ideia e isso foi fundamental. Dividimos em três fase: a primeira com carga mais forte, depois diminuímos a intensidade até chegar na fase de manutenção, durante a Copa". Os trabalhos táticos consistiam em minicoletivos, com times reduzidos. Muitas vezes a defesa titular enfrentava o ataque titular.[21] Para Tostão era uma novidade: "Zagallo foi, em 1970, um técnico revolucionário, pois já fazia treinamentos táticos diários para defesa e ataque."[24]

Campanha

Na fase de grupos, o Brasil foi uma das duas equipes — a outra sendo a Alemanha Ocidental — a vencer todas as partidas. Na primeira partida, contra a seleção tchecoslovaca, a seleção brasileira virou o jogo, que teve o placar aberto por Ladislav Petráš, com gols de Rivellino, Pelé e Jairzinho (2). Este jogo ficou marcado por um lance que ficaria conhecido como "o gol que Pelé não fez", quando este chuta a bola em direção ao gol no meio de campo. O Jornal dos Sports estampou na manchete: "Brasil vence com a arte mais pura da bola". O meia tcheco Jozef Marko enalteceu Pelé: "Pelé é indiscutivelmente um jogador brilhante Ele esteve diabólico, impossível de ser marcado."[25]

A Inglaterra foi a segunda adversária do Brasil, vencida pelo placar mínimo, com gol de Jairzinho em jogada de Tostão. Machucado, Gérson não atuou (Paulo Cézar ficou com a vaga). A partida foi marcada por uma defesa considerada por muitos comentaristas, historiadores e futebolistas como antológica do goleiro inglês Gordon Banks que, debaixo das traves e rente ao chão, espalmou por cima do travessão uma bola cabeceada por Pelé.[26][27] O inglês Francis Lee declarou: "Nós poderíamos ter vencido. Muitos falam da defesa de Gordon [Banks], mas nós tivemos chances também. Foi o melhor jogo em que eu já estive envolvido. Eram duas equipes no auge mostrando um grande futebol".[28] Abraham Klein, juiz da partida disse que o apito de final de jogo não foi ouvido por nenhum jogador e, como a partida estava excelente, permitiu que ela continuasse. "Poucas pessoas sabem, mas quando apitei o fim do jogo os jogadores não ouviram e...deixei prosseguir por alguns minutos".[29] Carlos Alberto Torres considerou o jogo contra a Inglaterra o mais difícil. No primeiro tempo em uma jogada na área do Brasil, o goleiro Félix fez uma ótima defesa e, na sequência, foi atingido no rosto por Francis Lee. Carlos Alberto Torres: "Eu chamei o Pelé e falei: 'Pelé, tem que dar uma nesse cara aí pra ele sossegar'. E o Pelé: 'Deixa comigo, deixa comigo'. Na primeira bola dele (Lee), eu falei: 'Não vou esperar o Pelé'. Aí eu fui e dei." Deu forte, cometendo uma falta escandalosa, mas o árbitro israelense Abraham Klein relevou e não mostrou nem o cartão amarelo. Segundo Carlos Alberto, o lance foi um divisor na partida. "A partir dali eles sossegaram."[30] Segundo Tostão: "Dr. Roberto Abdala Moura, que me operou o olho e que assistiu a todos os jogos da seleção no estádio, convidado pela comissão técnica, conta, uma deliciosa e até então inédita história: "Estádio de Jalisco, Guadalajara. Meio-dia. Fazia um escaldante calor. O estádio era bom, mas só havia energia elétrica em um dos vestiários. À noitinha, com os jogadores recolhidos para o descanso, alguém disse: ‘amanhã, temos de chegar bem cedo ao estádio, para pegar o vestiário que tinha energia elétrica’. Outro perguntou: ‘e se os ingleses chegarem primeiro’? Nos entreolhamos, e alguém falou: ‘vamos agora’". Dr. Roberto continua: "Assim, quatro mosqueteiros foram, de madrugada, ao estádio. Acordaram os seguranças, que, após as explicações, nos deixaram ocupar o vestiário ideal, com a bandeira do Brasil e tudo mais. O resultado foi que, com o calor infernal, o time inglês não desceu para o vestiário, no intervalo do primeiro para o segundo tempo". O médico termina: "Brasil, 1 a 0. Dizem que a Copa do Mundo se ganha nos pequenos detalhes, e nós, orgulhosos, nos sentimos também um pouco vitoriosos.".[31]

O terceiro jogo foi contra a Romênia, vencido pelo Brasil por 3 a 2, com dois gols de Pelé e um de Jairzinho. Com Gerson (coxa) e Rivellino (tornozelo) com pequenas lesões, Zagallo decidiu poupá-los, e a seleção entrou em campo modificada, com Piazza no meio-campo e Fontana na quarta zaga. Paulo Cézar Caju permaneceu no time. Tostão: "O time perdeu a estrutura tática ofensiva, de toque de bola".[32] O técnico da Romênia, Angelo Niculescu, substitui o goleiro aos 27 minutos do primeiro tempo e explicou: “Um goleiro que leva dois gols em 25 minutos sofre sempre a influência negativa e, por isso, achando que poderia estar muito mais abalado, tirei-o do time. Estou convencido de que não me equivoquei nas substituições. Com isso, o time melhorou e ganhou mais confiança”.[33]

Nas quartas-de-final, o Brasil venceu o Peru, então treinado pelo campeão mundial Didi, por 4 a 2, com gols de Jairzinho, Rivellino e Tostão (2). Antes da partida, Pelé atrasou o início do jogo e se abaixou deliberadamente para amarrar os cadarços, em uma jogada publicitária da fabricantes de chuteiras Puma. Pelé recebeu US$ 120 mil pela ação.[34] Carlos Alberto Torres: "Quando nós fomos jogar contra o Peru, o nosso respeito, acima de tudo, era pelo Didi [brasileiro, treinador da seleção peruana]. O fato de o Didi ter colocado o Peru na Copa do Mundo. O fato de ele ter descoberto, e colocado pra jogar, jogadores como Perico León, Gallardo, Cubillas, Mifflin. Eles tinham um time, do meio-campo pra frente, que era muito bom. Já a defesa não era boa, o goleiro....". Gérson: "Nós entramos pra jogar o nosso jogo, e eles entraram pra jogar o jogo deles. Porque o Didi não era retranqueiro, como o Zagallo também não era retranqueiro. Nosso time se fechava, mas saía pro jogo. E o time deles também, a mesma coisa. Grandes jogadores de meio-campo, grandes jogadores de ataque, e nós também. Só que o goleiro deles [Rubiños] era ruim, o goleiro deles não era bom. Eles mesmos reclamavam do goleiro deles. E a defesa deles, o meio de área deles, o miolo de área deles, era fraco, não era bom.".[35]

Contra o Uruguai, nas semifinais, o Brasil venceu de virada pelo placar de 3 a 1. Os uruguaios reclamaram que o jogo estava marcado para a Cidade do México, mas na véspera da partida foi mudado para Guadalajara, onde foram os quatro jogos anteriores da seleção brasileira, por solicitação do Brasil.[36] Antes do jogo, os jornais lembraram que era o primeiro reencontro do Brasil contra o Uruguai em Copas do Mundo desde o Maracanaço. "A gente via os jornais: "E a forra?". Aquela coisa toda", lembrou Gerson. "Isso aí foi influindo negativamente no nosso emocional", reconheceu Carlos Alberto Torres.[37] De acordo com Clodoaldo, Carlos Alberto Torres teve um papel fundamental, após o primeiro gol dos uruguaios, ele pediu que Gérson, que sofria uma marcação individual, ficasse mais recuado e liberasse Clodoaldo para atacar. No final do primeiro tempo, Clodoaldo recebeu dentro da grande área e finalizou cruzado para empatar o jogo. No segundo tempo, Jairzinho e Rivelino marcaram os outros gols do triunfo. "Ele conversou com o Gérson e com o Zagallo, e decidiram por essa mudança, que foi essencial para vencermos o Uruguai".[38] A partida ficou marcada em outro lance famoso de Pelé, no qual ele aplica um drible de corpo sobre o goleiro Ladislao Mazurkiewicz, deixando a bola rolar à esquerda do adversário enquanto segue pela direita, e chuta para o gol vazio, mas a bola sai a poucos centímetros do gol. A jogada ficou conhecida como Drible de Pelé. Ao final do jogo, Pelé deu uma cotovelada no meia uruguaio Dagoberto Fontes. O meia reconheceu que deu um pisão em Pelé minutos antes e a jogada foi um "revide".[39] Fontes declarou em 2008: "Digo que os Mundiais eram batalhas entre aspas, porque não usamos armas. Quando estávamos na lateral, ele vai correndo, eu saio para marcar e vou por baixo, na bola, e ele, quando salta, dá a cotovelada e pega no meu olho. Não me joguei no chão porque não queria mostrar que doía. Mas a verdade é que meu olho foi parar na nuca". O árbitro espanhol José Ortiz Mendizabal não viu a cotovelada e ainda marcou falta a favor do Brasil. [40]

A final da Copa foi disputada pelas seleções brasileira e italiana, no Estádio Azteca. O Brasil entrou em campo como favorito. Embora a Itália fosse a campeã européia, fizera uma campanha sem brilho no México. A partida foi vencida pelo Brasil, pelo placar de 4 a 1, com gols de Pelé, Gerson, Jairzinho e Carlos Alberto Torres, sagrando-se como a primeira tricampeã mundial de futebol. O goleiro Félix usou luvas só na final.[41] Roberto Rivellino apresentou ao mundo o drible elástico, em cima do italiano Mario Bertini.[42] O técnico da Itália, Ferruccio Valcareggi, determinou marcação individual sobre os atacantes. Rosato contra Tostão, Facchetti contra Jairzinho, Burgnich e Bertini se alternando entre Rivelino e Pelé. O cansaço da longa partida contra a Alemanha e o elogiado preparo físico brasileiro se fizeram sentir na segunda etapa.[43] O quarto gol é considerado um dos grandes lances da história das copas.[44] Numa troca de nove passes entre quase todos os jogadores da seleção brasileira, com direito a Clodoaldo driblando quatro italianos, Rivelino passa para Jairzinho, que lança para Pelé, e este, avisado por Tostão para tocar à direita, sem olhar, serve com delicadeza ao capitão Carlos Alberto Torres, que entra na área em velocidade incrível para disparar um míssil teleguiado de precisão indefensável.

Por este feito, o país ganhou a posse definitiva da taça Jules Rimet, como estipulado pelas regras da FIFA, Zagallo tornou-se a primeira pessoa campeã de Copa tanto como jogador como quanto técnico e Pelé tornou-se o primeiro e único jogador a vencer três edições de Copa do Mundo.[45][46] A equipa brasileira venceu todos os jogos, tal como o Uruguai em 1930, a Itália em 1938 e o Brasil em 2002.

Após o torneio, os jogadores receberam diversos prêmios de políticos que se tornaram polêmico por serem financiados com dinheiro público e devido a condição financeira dos jogadores. O caso dos "Fuscas de Maluf" foi o mais famoso. Paulo Maluf, então prefeito de São Paulo, deu aos jogadores e à comissão técnica da seleção brasileira 25 Fuscas verdes-musgo, zero quilômetro, comprados com dinheiro público. Os automóveis se tornaram um processo judicial de 36 anos, com o Ministério Público considerando que o político lesou os cofres públicos sem beneficiar a cidade - depois de vários recursos, Maluf foi inocentado em março de 2006 com a tese da defesa de que a compra dos carros foi aprovado por lei municipal. Vários jogadores acabaram se desfazendo dos Fuscas de Maluf logo depois de receberem o agrado. Tostão: "Recebemos como um presente, como uma homenagem, na euforia de um título tão importante. Eu tinha 23 anos. Só depois soubemos que o dinheiro era da prefeitura e que havia um processo".[47] O valor de Cr$ 315.000,00, reservado para a compra dos carros, equivaleria em 2020 a R$ 3.937.500.00 milhões. Outro presente foi do governador de São Paulo, Abreu Sodré, que distribuiu miniaturas da estátua Jules Rimet feitas em ouro para os jogadores e a comissão técnica. O governo encomendou 50 miniaturas, mas só distribuiu 42. O valor de cada uma foi de Cr$ 2.800,00. Equivaleria em 2020 a R$ 1.750.000,00.[48]

Escalação

Número / Nome Clube à época Jogos (gols)1 Data de nascimento J Gols Penalizado com cartão amarelo Expulso
Goleiros
1  Félix  Brasil Fluminense FC 23 (0) 24 de dezembro de 1937 (32 anos) 6 0 0 0
12  Leão  Brasil SE Palmeiras 2 (0) 4 de junho de 1946 (23 anos) 0 0 0 0
22  Ado  Brasil SC Corinthians 2 (0) 11 de junho de 1949 (20 anos) 0 0 0 0
Defensores
4  Carlos Alberto  Brasil Santos FC 40 (5) 17 de julho de 1944 (25 anos) 6 1 1 0
21  Zé Maria  Brasil A Portuguesa D 1 (0) 18 de maio de 1949 (21 anos) 0 0 0 0
6  Marco Antônio  Brasil Fluminense FC 7 (0) 6 de fevereiro de 1951 (19 anos) 2 0 0 0
16  Everaldo  Brasil Grêmio FBPA 8 (0) 11 de setembro de 1944 (25 anos) 5 0 0 0
2  Brito  Brasil CR Flamengo 28 (0) 9 de agosto de 1939 (30 anos) 6 0 0 0
3  Piazza  Brasil Cruzeiro EC 16 (0) 25 de fevereiro de 1943 (26 anos) 6 0 0 0
14  Baldocchi  Brasil SE Palmeiras 1 (0) 14 de março de 1946 (24 anos) 0 0 0 0
15  Fontana  Brasil Cruzeiro EC 6 (0) 31 de dezembro de 1940 (29 anos) 2 0 0 0
17  Joel  Brasil Santos FC 26 (0) 18 de setembro de 1946 (23 anos) 0 0 0 0
Meias
5  Clodoaldo  Brasil Santos FC 7 (0) 25 de setembro de 1949 (20 anos) 6 1 0 0
8  Gérson  Brasil São Paulo FC 54 (11) 11 de janeiro de 1941 (29 anos) 4 1 1 0
11  Rivellino  Brasil SC Corinthians 21 (9) 1 de janeiro de 1946 (24 anos) 5 3 1 0
18  Paulo Cézar  Brasil Botafogo FR 14 (2) 16 de junho de 1949 (20 anos) 4 0 0 0
Atacantes
7  Jairzinho  Brasil Botafogo FR 45 (14) 25 de dezembro de 1944 (25 anos) 6 7 0 0
9  Tostão  Brasil Cruzeiro EC 36 (26) 25 de janeiro de 1947 (23 anos) 6 2 1 0
10  Pelé  Brasil Santos FC 82 (71) 23 de outubro de 1940 (29 anos) 6 4 0 0
13  Roberto  Brasil Botafogo FR 9 (6) 31 de julho de 1943 (25 anos) 2 0 0 0
19  Edu  Brasil Santos FC 29 (0) 6 de agosto de 1949 (20 anos) 1 0 0 0
20  Dario  Brasil Atlético Mineiro 3 (0) 4 de março de 1946 (24 anos) 0 0 0 0
Treinador
  Mário Zagallo     9 de agosto de 1931 (40 anos)

Nota:

  • 1 O número de jogos e gols se referem aos jogos pela Seleção até a data de convocação dos jogadores.

Primeira fase

Pos. Seleção Pts J V E D GP GC SG
1 Brasil Brasil 6 3 3 0 0 8 3 +5
2 Inglaterra Inglaterra 4 3 2 0 1 2 1 +1
3 Roménia Romênia 2 3 1 0 2 4 5 –1
4 Tchecoslováquia Tchecoslováquia 0 3 0 0 3 2 7 –5

Brasil – Tchecoslováquia

3 de junho Brasil Brasil 4 – 1 Tchecoslováquia Tchecoslováquia Estádio Jalisco, Guadalajara
20:30
Rivellino Gol marcado aos 24 minutos de jogo 24'
Pelé Gol marcado aos 59 minutos de jogo 59'
Jairzinho Gol marcado aos 61 minutos de jogo 61', Gol marcado aos 83 minutos de jogo 83'
Report Petráš Gol marcado aos 11 minutos de jogo 11' Público: 52 897
Árbitro: UruguaiURU Ramón Barreto
Cores do Time
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Brasil
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Cores do Time
Tchecoslováquia
G 1 Félix
LD 4 Carlos Alberto Capitão
Z 3 Piazza
Z 2 Brito
LE 16 Everaldo
V 5 Clodoaldo
V 8 Gérson Penalizado com cartão amarelo  Substituído após 62 minutos de jogo 62'
PD 7 Jairzinho
A 9 Tostão Penalizado com cartão amarelo
A 10 Pelé
PE 11 Rivellino
Substituições:
M 18 Paulo Cézar Entrou em campo após 62 minutos 62'
Treinador:
Mário Zagallo
G 1 Ivo Viktor
LD 2 Karol Dobiaš
Z 5 Alexander Horváth Capitão  Penalizado com cartão amarelo
Z 3 Václav Migas
LE 4 Vladimír Hagara
V 16 Ivan Hrdlička Substituído após 46 minutos de jogo 46'
VD 9 Ladislav Kuna
VE 18 František Veselý Substituído após 75 minutos de jogo 75'
V 8 Ladislav Petráš
A 10 Jozef Adamec
A 11 Karol Jokl
Substituições:
M 6 Andrej Kvašňák Entrou em campo após 46 minutos 46'
M 7 Bohumil Veselý Entrou em campo após 75 minutos 75'
Treinador:
Jozef Marko


Bandeirinhas:
Israel Abraham Klein
México Arturo Yamasaki

Brasil – Inglaterra

7 de junho Brasil Brasil 1 – 0 Inglaterra Inglaterra Estádio Jalisco, Guadalajara
12:00
Jairzinho Gol marcado aos 59 minutos de jogo 59' Report Público: 66 843
Árbitro: IsraelISR Abraham Klein
Cores do Time
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Brasil
Cores do Time
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Cores do Time
Inglaterra
G 1 Félix
LD 4 Carlos Alberto Capitão
Z 3 Piazza
Z 2 Brito
LE 16 Everaldo
V 5 Clodoaldo
M 18 Paulo Cézar
PD 7 Jairzinho
A 9 Tostão Substituído após 68 minutos de jogo 68'
A 10 Pelé
PE 11 Rivellino
Substituições:
A 13 Roberto Entrou em campo após 68 minutos 68'
Treinador:
Mário Zagallo
G 1 Gordon Banks
LD 14 Tommy Wright
Z 5 Brian Labone
Z 6 Bobby Moore Capitão
LE 3 Terry Cooper
V 4 Alan Mullery
M 8 Alan Ball, Jr.
M 9 Bobby Charlton Substituído após 63 minutos de jogo 63'
M 11 Martin Peters
A 10 Geoff Hurst
A 7 Francis Lee Penalizado com cartão amarelo Substituído após 63 minutos de jogo 63'
Substituições:
M 19 Colin Bell Entrou em campo após 63 minutos 63'
A 22 Jeff Astle Entrou em campo após 63 minutos 63'
Manager:
Alf Ramsey


Bandeirinhas:
México Arturo Yamasaki
França Roger Machin

Brasil – Romênia

10 de junho Brasil Brasil 3 – 2 Roménia Romênia Estádio Jalisco, Guadalajara
16:00
Pelé Gol marcado aos 19 minutos de jogo 19', Gol marcado aos 67 minutos de jogo 67'
Jairzinho Gol marcado aos 22 minutos de jogo 22'
Report Dumitrache Gol marcado aos 34 minutos de jogo 34'
Dembrovschi Gol marcado aos 84 minutos de jogo 84'
Público: 50 804
Árbitro: ÁustriaAUT Ferdinand Marschall
Cores do Time
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Brasil
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
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Romênia
G 1 Félix
LD 4 Carlos Alberto Capitão
Z 3 Piazza
Z 2 Brito
LE 16 Everaldo Substituído após 60 minutos de jogo 60'
Z 15 Fontana
V 5 Clodoaldo Substituído após 74 minutos de jogo 74'
M 18 Paulo Cézar
A 7 Jairzinho
A 9 Tostão
A 10 Pelé
Substituições:
Z 6 Marco Antônio Entrou em campo após 60 minutos 60'
A 19 Edu Entrou em campo após 74 minutos 74'
Treinador:
Mário Zagallo
G 21 Stere Adamache Substituído após 27 minutos de jogo 27'
LD 2 Lajos Sătmăreanu
Z 3 Nicolae Lupescu
Z 5 Cornel Dinu
LE 4 Mihai Mocanu Penalizado com cartão amarelo
V 15 Ion Dumitru Penalizado com cartão amarelo
M 10 Radu Nunweiller
M 7 Emerich Dembrovschi
M 16 Alexandru Neagu
A 9 Florea Dumitrache Substituído após 72 minutos de jogo 72'
A 11 Mircea Lucescu Capitão
Substituições:
G 1 Necula Răducanu Entrou em campo após 27 minutos 27'
A 17 Gheorghe Tătaru Entrou em campo após 72 minutos 72'
Treinadores:
Angelo Niculescu


Bandeirinhas:
Uruguai Ramón Barreto
Bélgica Vital Loraux

Fase final

Quartas-de-final

14 de junho Brasil Brasil 4 – 2 Peru Peru Estádio Jalisco, Guadalajara
12:00
Rivellino Gol marcado aos 11 minutos de jogo 11'
Tostão Gol marcado aos 15 minutos de jogo 15', Gol marcado aos 52 minutos de jogo 52'
Jairzinho Gol marcado aos 75 minutos de jogo 75'
Relatório Gallardo Gol marcado aos 28 minutos de jogo 28'
Cubillas Gol marcado aos 70 minutos de jogo 70'
Público: 54 233
Árbitro: BélgicaBEL Vital Loraux
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
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Brasil
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Peru
G 1 Félix
LE 4 Carlos Alberto Capitão
Z 3 Piazza
Z 2 Brito
LD 6 Marco Antônio
V 5 Clodoaldo
V 8 Gérson Substituído após 67 minutos de jogo 67'
PD 7 Jairzinho Substituído após 80 minutos de jogo 80'
A 9 Tostão
A 10 Pelé
PE 11 Rivellino
Substituições:
A 13 Roberto Entrou em campo após 80 minutos 80'
M 18 Paulo Cézar Entrou em campo após 67 minutos 67'
Treinador:
Mário Zagallo
G 1 Luis Rubiños
LE 2 Eloy Campos
Z 14 José Fernández
Z 4 Héctor Chumpitaz Capitão
LD 5 Nicolás Fuentes
M 6 Ramón Mifflin
M 7 Roberto Challe
A 8 Julio Baylón Substituído após 54 minutos de jogo 54'
A 9 Pedro Pablo León Substituído após 61 minutos de jogo 61'
A 10 Teófilo Cubillas
A 11 Alberto Gallardo
Substituições:
Z 19 Eladio Reyes Entrou em campo após 61 minutos 61'
A 20 Hugo Sotil Entrou em campo após 54 minutos 54'
Treinador:
Brasil Didi


Bandeirinhas:
Áustria Ferdinand Marschall
Hungria Gyula Emsberger

Semifinal

17 de junho Brasil Brasil 3 – 1 Uruguai Uruguai Estádio Jalisco, Guadalajara
16:00
Clodoaldo Gol marcado aos 44 minutos de jogo 44'
Jairzinho Gol marcado aos 76 minutos de jogo 76'
Rivellino Gol marcado aos 89 minutos de jogo 89'
Relatório Cubilla Gol marcado aos 19 minutos de jogo 19' Público: 51,261
Árbitro: EspanhaESP José María Ortiz de Mendibil
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Brasil
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uruguai
G 1 Félix
LE 4 Carlos Alberto Capitão  Penalizado com cartão amarelo
Z 3 Piazza
Z 2 Brito
LD 16 Everaldo
V 5 Clodoaldo
V 8 Gérson
PD 7 Jairzinho
A 9 Tostão
A 10 Pelé
PE 11 Rivellino
Treinador:
Mário Zagallo
G 1 Ladislao Mazurkiewicz
LD 4 Luis Ubiña Capitão
Z 2 Atilio Ancheta
Z 3 Roberto Matosas
LE 6 Juan Mujica Penalizado com cartão amarelo
M 10 Ildo Maneiro Penalizado com cartão amarelo  Substituído após 73 minutos de jogo 73'
M 20 Julio César Cortés
M 5 Julio Montero Castillo
M 7 Luis Cubilla
A 15 Dagoberto Fontes Penalizado com cartão amarelo
A 11 Julio Morales
Substituições:
A 9 Víctor Espárrago Entrou em campo após 73 minutos 73'
Treinador:
Juan Hohberg


Bandeirinhas:
Ucrânia Tofik Bakhramov
Áustria Ferdinand Marschall

Final

21 de junho Brasil Brasil 4 – 1 Itália Itália Estádio Azteca, Cidade do México
12:00
Pelé Gol marcado aos 18 minutos de jogo 18'
Gérson Gol marcado aos 66 minutos de jogo 66'
Jairzinho Gol marcado aos 71 minutos de jogo 71'
Carlos Alberto Gol marcado aos 86 minutos de jogo 86'
Relatório Boninsegna Gol marcado aos 37 minutos de jogo 37' Público: 107 412
Árbitro: Alemanha OrientalGDR Rudi Glöckner
Cores do Time
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Brasil
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Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Itália
G 1 Félix
LD 4 Carlos Alberto Capitão
Z 2 Brito
Z 3 Piazza
LE 16 Everaldo
M 5 Clodoaldo
M 8 Gérson
A 7 Jairzinho
A 9 Tostão
A 10 Pelé
A 11 Rivellino Penalizado com cartão amarelo
Treinador:
Mário Zagallo
G 1 Enrico Albertosi
LD 2 Tarcisio Burgnich Penalizado com cartão amarelo
Z 8 Roberto Rosato
Z 5 Pierluigi Cera
LE 3 Giacinto Facchetti Capitão
M 10 Mario Bertini Substituído após 75 minutos de jogo 75'
M 13 Angelo Domenghini
A 15 Sandro Mazzola
M 16 Giancarlo De Sisti
A 11 Luigi Riva
A 20 Roberto Boninsegna Substituído após 84 minutos de jogo 84'
Substitutos:
MC 18 Antonio Juliano Entrou em campo após 75 minutos 75'
MC 14 Gianni Rivera Entrou em campo após 84 minutos 84'
Treinador:
Ferruccio Valcareggi

Bandeirinha:
Suíça Rudolf Scheurer
Argentina Ángel Norberto Coerezza


Artilharia[49]

7 goals
4 goals
3 goals
2 goals
1 goal

Assistências[49]

6 Assistências
4 Assistências
3 Assistências
2 Assistências
  • Brasil Gérson
1 Assistência

Bibliografia

  • 2019: "1970 - Enquanto o Brasil Conquistava o Tri", do jornalista e escritor Roberto Sander[50]

Ver também

Referências

  1. «Seleção brasileira de 1970 é a melhor de todos os tempos». O Globo. 9 de julho de 2007. Consultado em 7 de dezembro de 2017 
  2. «Brasil ganhou como quis». Memória BN. Jornal dos Sports (RJ) de 7 de agosto de 1969. Consultado em 29 de julho de 2017 
  3. «Brasil dá de muito». Memória BN. Jornal dos Sports (RJ) de 11 de agosto de 1969. Consultado em 29 de julho de 2017 
  4. «Brasil derrota o Paraguai com guerra e tudo». Memória BN. Jornal dos Sports (RJ) de 17 de agosto de 1969. Consultado em 29 de julho de 2017 
  5. «Feras se serviram 6 a 2». Memória BN. Jornal dos Sports (RJ) de 17 de agosto de 1969. Consultado em 29 de julho de 2017 
  6. «Feras se divertem». Memória BN. Jornal dos Sports (RJ) de 24 de agosto de 1969. Consultado em 29 de julho de 2017 
  7. «A vaga é nossa». Memória BN. Jornal dos Sports (RJ) de 1 de setembro de 1969. Consultado em 29 de julho de 2017 
  8. «'Ele escala o ministério, eu escalo a seleção': o técnico do Brasil que peitou o presidente». BBC. BBC 8 junho 2021. Consultado em 29 de julho de 2023 
  9. «50 anos do tri». UOL. UOL. Consultado em 29 de julho de 2023 
  10. «Cinquenta anos do amistoso que mudou o destino da seleção de 1970». EBC. UOL. Consultado em 14 de março de 2020 
  11. Ben Nicholas; David Tryhorn (2021). Pelé (documentário). Netflix. No minuto 71. 
  12. «Relembre como foi a treta de Pelé com o técnico João Saldanha». EBC. UOL. Consultado em 14 de março de 2020 
  13. «Os Nerds e os saudosistas». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 14 de março de 2020 
  14. «Campeão mundial lembra polêmica com Zagallo e diz quando sentiu que perderia espaço na seleção de 1970». ESPN. UOL. Consultado em 14 de março de 2020 
  15. Marco Antonio Trairagem. Youtube. 15 de maio 2022. Em cena em dur: 05.15. Consultado em 15 de maio de 2021 
  16. «Reserva de luxo na Copa de 70, Marco Antônio inicia passos como técnico». EBC. UOL. Consultado em 14 de março de 2020 
  17. Gerson e Caju - Seleção Raiz Museu da Pelada. Youtube. 15 de maio 2022. Em cena em dur: 05.15. Consultado em 15 de maio de 2021 
  18. «Vaias, bairrista e reunião secreta: como Zagallo 'descobriu' o time que encantou na Copa de 70». ESPN. ESPN. Consultado em 14 de março de 2020 
  19. «26/5/1970 - Zagallo reafirmava que Brasil não ganharia Copa com esquema de Saldanha». TNT Sports. TNT Sports. Consultado em 14 de março de 2020 
  20. a b «Nos 50 anos do Tri, Pelé relembra como foi de 'não' para seleção à 'equipe perfeita'». Globo.com. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  21. a b c d «Do guardanapo ao livro da Fifa: tri da Seleção em 1970 começou de retiro em pequena cidade do México». Globo.com. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  22. a b «O tri na vanguarda». UOL.com. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
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  27. Rice, Simon (9 de junho de 2010). «The 100 greatest World Cup moments». The Independent. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  28. «Inglês ainda lamenta substituição contra o Brasil na Copa de 1970». Folha de S.Paulo. 9 de junho de 2010. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
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  31. «Garanti meu lugar na seleção de 1970 após vitória sobre a Inglaterra». Folha de S.Paulo. 9 de junho de 2010. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  32. «Descaracterizado, Brasil vence após bom começo seguido de susto». Folha de S.Paulo. 9 de junho de 2010. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
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  34. «Pele was astonishingly paid $120,000 simply to TIE HIS LACES during the 1970 World Cup because of a bitter feud between the brothers who owned Puma and Adidas». Daily Mail. 9 de junho de 2010. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  35. «Brasil supera tensão e elimina velho conhecido em jogo de seis gols». Folha de S.Paulo. 9 de junho de 2010. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  36. «Brasil solicitou à Fifa para continuar em Guadalajara; uruguaios protestaram». Folha de S.Paulo. 9 de junho de 2010. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  37. «Fantasma do Maracanazo aparece, mas Brasil reage e vai à final». Folha de S.Paulo. 9 de junho de 2010. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  38. «Capitão do tri mudou formação da seleção contra o Uruguai na semifinal». Folha de S.Paulo. 9 de junho de 2010. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  39. «50 anos do tri: finta de Havelange golpeou mais Uruguai do que cotovelo de Pelé: "Deixou de doer"». Folha de S.Paulo. 9 de junho de 2010. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  40. «Meu olho foi parar na nuca, diz uruguaio que sofreu cotovelada de Pelé». Folha de S.Paulo. 9 de junho de 2010. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  41. «Na Copa de 1970, Félix desafiou a superstição e usou luvas só na final». Goal.com. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  42. «El elástico de Rivelino (Por Juni Calafat)». El confidencial. 9 de junho de 2010. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  43. «Desgaste físico prejudicou Itália». Folha de S.Paulo.com. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  44. «Carlos Alberto and the goal that defined Brazil to the rest of the world». Goal.com. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  45. «70 facts about Brazil legend Pele». Goal.com. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  46. «Brazil's heroes of 1970 relive their days of glory». FIFA.com. 10 de junho de 2000. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  47. «O que aconteceu com os fuscas comprados por Maluf com dinheiro público para presentear os jogadores da Copa de 70». FIFA.com. 10 de junho de 2000. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  48. «O dia em que Maluf usou dinheiro público para dar Fuscas aos tricampeões». FIFA.com. 10 de junho de 2000. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  49. a b «World Championship». Sofascore. Consultado em 29 de julho de 2017 
  50. Vinícius Faustini (5 de novembro de 2019). «Jornalista lança livro sobre o tri da Seleção: 'Geração fantástica, em um período conturbado do país'». Terra. Uol. Consultado em 6 de novembro de 2019 
  • v
  • d
  • e
Seleção Brasileira Copa do Mundo de 1970 (3º título)
1 Félix • 2 Brito • 3 Piazza • 4 Carlos Alberto Capitão • 5 Clodoaldo • 6 Marco Antônio • 7 Jairzinho • 8 Gérson • 9 Tostão • 10 Pelé • 11 Rivellino • 12 Ado • 13 Roberto • 14 Baldocchi • 15 Fontana • 16 Everaldo • 17 Joel • 18 Paulo Cézar Caju • 19 Edu • 20 Dadá Maravilha • 21 Zé Maria • 22 Leão • Treinador: Zagallo
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